Verso

Pensamentos de segunda feira à noite

Às vezes as pessoas realmente não mudam, e eu começo a achar que sou uma delas.

Tô escrevendo isso enquanto a água tá fervendo. Não sei se termino de escrever tudo que quero até lá, mas vou fazer o que der.

Não tô me sentindo bem nos últimos dias. A angústia que tô sentindo tá bem forte. Pode ser isso que me fez ser tão produtivo escrevendo a letra da próxima música. Provavelmente deve ser a próxima coisa que vou postar.

Pisei na bola com a Cássia. Fiquei quase 2 dias sem responder ela nem dar nenhum sinal de vida. Ela tá bem chateada e não quis conversar sobre. Eu me desculpei e prometi que não ia fazer de novo, mas ela “não acredita em potencial”, como ela própria diz. Nesse caso, vou ter que provar; preciso ser presente e mostrar que falei sério.

Acho que foi a angústia dessa situação que me fez ir embora mais cedo da faculdade hoje, mas já falo sobre isso porque a água ferveu.

Voltei. Vou tentar ser breve pra minha janta não esfriar.

Essa situação com a Cássia me fez sentir uma angústia tremenda. É claro que eu não deixei ela falando sozinha de propósito. Eu tava no sítio de aniversário da Alessandra e ele mexeu muito com minha ansiedade e minha bateria social. A gente até se falou enquanto eu tava lá; acho que falei com ela mais do que com algumas pessoas que estavam fisicamente por lá, inclusive. Mas depois de um tempo eu entrei em curto-circuito e fiquei sem energia pra responder até as mensagens de tela. Tentei me desconectar e interagir com o pessoal que tava lá presente, mas não aguentei muito, também. Fiquei muito aliviado quando chegou a hora de ir embora.

Eu amo a Vic de paixão e quero que ela volte assim que puder, mas fico mais aliviado agora que estou 100% sozinho em casa.

Como eu ia dizendo, não fiz de propósito. Nunca faço. Mas não importa, porque eu fiz. Com a Bárbara houveram situações parecidas. Tantas delas que estamos onde estamos hoje em dia. Me pergunto quantas mais eu inevitavelmente vou ter com a Cássia antes que eu afaste ela de vez.

Pra mim está bem claro que o problema sou eu. Eu quero melhorar, quero ser uma pessoa melhor. Mesmo. Mas mesmo depois de tanto tempo, pareço não fazer nenhum tipo de progresso. Não posso deixar de pensar se eu sou um caso perdido, uma pessoa que, não importa o quanto tente, está fadada a não ser boa o suficiente.

Essa é a grande questão pra mim, agora. Espero que a Cássia me perdoe, mas se não perdoar, eu vou entender. Se perdoar, vou usar a nova chance que tenho pra dar o meu melhor e mostrar que gosto muito e me importo muito com ela e seu bem-estar. Porém, só até eu inevitavelmente pisar na bola de novo de forma acidental mas, indubitavelmente, necessária.